Embora mais caro, desgastante e por maioria das vezes conflitante, vivemos a cultura do inventário no Brasil.
E isso se explica por medo da morte.
Ao contrário dos EUA, onde a prevenção é a tônica, aqui é "comum para o brasileiro deixar as questões patrimoniais sem nenhum planejamento, o que acaba gerando, por sua vez, inventários extensos, repletos de litígios e bens consequentemente deteriorados com o tempo. A solução está justamente no planejamento patrimonial e sucessório, como afirma Celso Mendes Freitas, de cuja opinião comungo.
Quem não conhece inúmeros exemplos de propriedade rural vendida por conflito entre herdeiros ou por causa da incapacidade ou desinteresse destes em administrar ou nela ficar?
Quem também não sabe de exemplos de empresas que quebraram exatamente pelos mesmos motivos?
Apesar de herdeiros, são incapazes de efetivamente cumprirem os desígnios de um sucessor.
Todavia, ainda que lentamente, aquém do desejado, o planejamento sucessório começa a despertar mais interesse e ocupar a pauta das discussões familiares e empresariais, o que não deixa de ser uma esperança para que se rompa com a cultura do inventário.